Conhecido como padre voador, cientista e inventor luso-brasileiro
Inventou o primeiro aeróstato, uma aeronave mais leve do que o ar, a qual chamou de “passarola”
Passarola Terreiro do Paço, em Lisboa, local da experiência com o Passarola
Bartolomeu foi batizado na paróquia de Vila de Santos, filho de Francisco Lourenço Rodrigues e Maria Álvares; teve 12 irmãos, sendo que oito deles optaram pela vida religiosa.
Ingressou no Seminário Jesuíta de Belém em Cachoeira (BA), onde deu início a sua carreira de inventor. O responsável pelo mecanismo que levou água de um brejo para o seminário, por meio de um cano longo, um sucesso admirado por todos, inclusive o renomado sacerdote Alexandre Gusmão, reitor e fundador do seminário.
Antigo Seminário Jesuita de Belém
Terminado o curso no Seminário de Belém em 1699, Bartolomeu transferiu-se para Salvador, capital do Brasil à época, e ingressou na Companhia de Jesus, de onde saiu antes de ser ordenado, em 1701. Com apenas 16 anos viajou para Portugal onde impressionou a todos com sua memória extraordinária. Em 1702, Bartolomeu retornou ao Brasil e deu início ao processo de sua ordenação sacerdotal.
Em 23 de março de 1707 rei Dom João V expediu a primeira patente de invenção outorgada a um brasileiro, Bartomoleu foi reconhecido como o inventor

“o invento para fazer subir água a toda a distância e altura que se quiser levar”.
Projeto de Leonardo da Vinci,construído por Gusmão, se assemelhava a essas máquinas
Em 1708 foi ordenado padre, e retornou a Portugal para estudar matemática e física na Faculdade de Cânones da Universidade de Coimbra.

Bartolomeu de Gusmão era um excelente orador. Por isso, os sermões que ele elaborava e proferia eram publicados e distribuídos ao público
Universidade de Coimbra A imagem do meio do quadro representa o último sermão de Bartolomeu de Gusmão a ser impresso nas oficinas reais.
No dia 8 de agosto de 1709, em Lisboa, perante o Rei Dom João V, o Núncio Apostólico e os embaixadores estrangeiros, Bartolomeu apresentou à corte portuguesa seu balão, feito à mão.

Isso ocorreu 74 anos antes da ascensão mundialmente reconhecida, do balão dos irmãos Montgolfier, em Paris.
Dom João V Apresentação à corte portuguesa das Audiências do Palácio Real. Uma adaptação do Quadro de Bernardino de Souza Pereira
No dia 07 de outubro o padre apresentou sua invenção na ponte da Casa da índia. O balão era maior que os anteriores, mas não era capaz de carregar um homem. A experiência foi um sucesso.

Os testes tiveram várias testemunhas como o cardeal italiano Miquelângelo Conti, escritores como Francisco Leitão Ferreira e José Soares da Silva e o diplomata José da Cunha Brochado, embora assistidas, não foi o suficiente para a popularização do invento, que foi considerado perigoso, pois poderia provocar incêndios.
Em 1713 Bartolomeu registrou na Holanda o invento “máquina de drenagem da água alagadora das embarcações de alto mar”, patente que veio a público em 2004, graças a pesquisas realizadas pelo arquivista e escritor brasileiro Rodrigo Moura Visoni.
Em Toledo, ele adoeceu gravemente e faleceu em 18 de novembro de 1724 com 38 anos.
Patente holandesa para uma "Máquina para a drenagem de água alagadora de embarcações em alto mar"
Ao longo de décadas foram feitas várias tentativas para localizar a sua tumba, que só ocorreu em 1856, parte de seus restos mortais estão hoje no Brasil na Catedral Metropolitana de São Paulo.
Lápide de Bartolomeu Gusmão Antiga igreja de São Romão na Espanha, onde se encontra a outra parte de seus restos mortais Catedral da Sé
Atestado de óbito